sábado, 25 de setembro de 2010



(...)Everything I know, and anywhere I go, it gets hard but it won't take away my love
And when the last one falls, when it's all said and done,it gets hard but it won't take away my love
I'm here without you baby,But you're still on my lonely mind,I think about you baby
And I dream about you all the time,I'm here without you baby
But you're still with me in my dreams,And tonight, it's only you and me
And tonight girl, it's only you and me(...)



(3 Doors Down - Here Without you )

quarta-feira, 8 de setembro de 2010


(...)Às vezes, o que precisamos está tão próximo... Passamos,
olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar. É preciso saber
olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O
primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer
de que querer fazer é poder fazer, basta acreditar(...)


(Pedro Bial)

Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.

Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada.
Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.

Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam.

A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da
tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?

Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco? Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.
Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente.

De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.

Qual é? Morrer é um cliche.

Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em
casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.

Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas
cuido eu.

Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e
morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?

Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.

Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.

Só que esta não tem graça.

( Pedro Bial)

Escolhas de uma vida




A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

( Pedro Bial )

sábado, 4 de setembro de 2010

Alô ?


Ele me ligava todos os dias... Pela manhã me acordava com aquela voz macia me desejando um bom dia, após o almoço para ver se eu tinha me alimentado bem, à tarde para ter certeza que eu não havia morrido de tédio naqueles meus dias sem fazer nada, e a noite para me desejar bons sonhos. Mais do que falar ao telefone quando não estávamos perto um do outro, trocávamos mensagens o dia todinho, como se sempre tivéssemos algum assunto pendente, como se sempre faltasse falar alguma coisa, e talvez, realmente tenha faltado, a mim ou a você... Acho que foi falta. Eu tentei apagar as memórias, tentei dar um jeito em todas as lembranças, rasgar as cartas, apagar as fotos, as mensagens... Pena que não tenho como te arrancar do meu coração. Talvez eu tenha sido o que você esperava. Talvez não... E vice-versa.


Ele nunca mas me ligou.
Vou fugir. Vou desistir. Não sei ficar nas mãos de alguém. Sou estranha mesmo, nunca escondi. Quando você achar que estou feliz, estarei me magoando aos poucos. A verdade é que eu não sei ser feliz. E sou orgulhosa e teimosa e impaciente demais para aprender. Eu só sei viver amores que não dão certo. Se você soubesse o que as palavras significam para mim. Pra mim é tudo muito grave. Sou uma desesperada. O que você diz brincando, ou que acha que eu nem prestei atenção, é justamente o que eu nunca vou esquecer. Minha sensibilidade e minha memória são meus piores castigos. Eu sempre vou querer mais. Meu amor é como uma raiz estrangulante. Minha carência não tem fim. Você sabe que eu odeio domingos, e eu odeio me sentir sozinha, principalmente quando o céu já está dessa cor. Dói, e dói muito. Você chega invadindo minha solidão, entrando na minha vida, fazendo eu acreditar que o amor é bom. Mas vai embora enquanto o que eu mais queria era que você ficasse. Você vai embora e me deixa com fome, com sede, incompleta, confusa, despedaçada. Com raiva por ser dependente. Não gosto de me sentir assim. Eu não sei amar, entende? Eu sei é ficar esperando um amor que nunca chega. Não sei o que fazer com um amor real que vem, bagunça meus ordenado caos conhecido, e vai embora. Tenho vergonha de dizer que preciso de ti. Me despedi com um sorriso casual, como se não estivesse me importando. Mas virei as costas já com raiva de mim mesma, porque sei que meu amor é doentio. E tenho de escondê-lo como se fosse um vício, um defeito grave, um distúrbio alimentar. Se eu não tivesse conseguido me conter, teria me ajoelhado na tua frente, agarrado tuas pernas e entre lágrimas e soluços, teria dito "fica, fica. Fica comigo, por favor não vai embora agora, que tenho medo de ficar sozinha, porque quando fico sozinha num entardecer nublado e frio de domingo tenho vontade de desistir de tudo. Fica agora, eu estou pedindo. Só vai embora quando esse aperto no meu peito passar." Mas eu não disse, e você foi embora achando que eu fiquei bem. Você disse que tem medo de me perder. E você vai me perder. Porque eu não vou deixar você me conhecer direito. Porque não quero te mostrar a imensa cratera que trago aqui dentro. Que nem você nem ninguém vão conseguir preencher. Não sei amar, mas te amo. Mas sinto como se teu amor não me bastasse. A tua falta me faz mal. E entre pouco e nada, fico com aquilo que não dói tanto. Mas espera! Volta. Adivinha meus pensamentos destrutivos e volta. Me impede de desisitir. Vem e me sufoca com o teu amor, e não me deixa morrer assim, aos poucos, tão sozinha, nessa noite de domingo.


( Renata Bezerra )

"Eu não sei se a vida é maior que a morte, mas o amor foi maior que ambas."


( Tristão e Isolda )

“Olhe o mundo com a coragem do cego, entenda as palavras com a atenção do surdo, fale com a mão e com os olhos, como fazem os mudos”.


( Cazuza)